quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Nunca é tarde pra aprender algo novo

Na minha adolescência, muitos colegas já sabiam dirigir e aos 18 anos a primeira coisa que faziam era tirar a carteira de motorista. Já eu fui bem diferente... Nunca me interessei muito por direção, tinha muito medo do trânsito no Rio (e ainda tenho!) e nunca tive incentivo da minha família pra aprender, diferente por exemplo do meu irmão, que começou a dirigir com uns 12 anos eu acho... Os anos foram passando, aos vinte e poucos eu cheguei a me matricular numa auto-escola mas era muita teoria antes da prática e eu acabei desanimando. 

Quando nos mudamos pra Porto Alegre, a minha percepção de trânsito mudou bastante, lá os motoristas são muito mais educados que no Rio de Janeiro e o fluxo de veículos é bem menor. Comecei então a cogitar novamente a possibilidade de fazer aulas de direção mas outras prioridades foram surgindo e acabou não rolando novamente. E a vida dá suas voltas e voltas, agora morando no interior, a cidade tranquila, trânsito zero, não é que cai no meu colo a oportunidade de aprender a dirigir como se fosse uma adolescente? Meu chefe quer que eu faça umas viagens para municípios vizinhos e resolveu então me emprestar o carro da empresa pra eu aprender a dirigir. E no sábado passado, feriadão, ele trouxe o carro aqui em casa para o Neo me levar no Parque da Fejão para minha prmeira aula. 

Colocamos as crianças no banco de trás (tinha até cadeirinha para o Dimi) e fomos nós para o parque que costuma ser palco para inciciantes na direção. Torci para que o lugar estivesse vazio e felizmente estava. Troquei então de lugar com my love e ele começou a me dar a aula teórica, pois acredite ou não, eu não sabia nem ligar um carro, aos 32 anos de idade! Ele me explicou com toda paciência como utilizar a embreagem, passar as marchas (pq não temos câmbio automático? rs), verificar o ponto morto, todas estas coisas básicas. Depois da teoria eu liguei um carro pela primeira vez na minha vida e comecei as aulas práticas. E gostei! O Neo disse que eu me saí muito bem para primeira vez, o carro quase não morreu (só uma vezinha que me atrapalhei ao passar a marcha), ficamos dando algumas voltas no parque, consegui passar até a 4ª e arrisquei a ré alguma vezes também. O pé chegou a ficar doendo, da falta de costume. 

Foi uma experiência muito legal, talvez por eu não ser mais adolescente, não ter aquela ansiedade de aprender logo e sair andando por aí, que eu tenha conseguido ir tão direitinho. E foi muito bacana fazer isso em família, a Layla olhando pra mim com os olhinhos brilhando do tipo orgulhosa da mãe estar dirigindo e o Dimi também. Ele louco por carros do jeito que é, nunca tinha me visto no volante, ficou rindo pra mim e logo depois dormiu feito um anjinho. 

No final aproveitamos para dar uma explorada nas belas paisagens da região, fomos até um ponto alto da cidade, tiramos algumas fotos e tentamos localizar alguma cachoeira no Arroio Carijinho, mas não achamos o caminho certo. Acabamos saindo em um município vizinho e voltamos pra devolver o carro. 

Fiquei surpresa comigo mesma por ter ido bem na primeira aula e por ter curtido dirigir. Já tinha tido vários sonhos onde eu dirigia, mas na realidade é bem diferente. Vou fazer muitas aulas ainda neste esquema e depois uma auto-escola, claro, mas eu acho que só vou dirigir em cidades pequenas, pegar estrada ou trânsitos de capitais, não sei se encaro não! 

Enfim, nunca é tarde mesmo pra se aprender algo novo! E olha que eu também não sei fazer duas coisas que a maioria das pessoas aprende na infância: andar de bicicleta e nadar. A primeira com certeza eu quero aprender nos próximos meses, já nadar, bem, acho que vou deixar pra próxima encarnação...


quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Quem canta os males espanta!

Pois é, e foi cantando que eu resolvi comemorar os meus 3.2! Quando a febre dos videokês invadiu o Rio de Janeiro, bem no início da década passada, eu frequentei algumas vezes alguns deles, principalmente um que ficava numa pizzaria no bairro da Tijuca (aliás, era uma excelente pizzaria, pena que não existe mais). Naquela época eu nada entendia de cantar, apenas "pagava mico", como tantos outros, e me arriscava cantando músicas como Asa Morena da Zizi Possi, Andanças, que até hoje não sei o compositor, e algumas coisas como Fábio Jr e Chitãozinho e Xororó; nossa que repertório hein, mas naquelas máquinas não havia muitas opções diferentes do que estes gêneros musicais. Alguns amigos elogiavam que eu tinha uma voz potente e bonita para algumas músicas e em outras eu simplesmente assassinava mesmo as canções... Mas era o barato da época, cantar e se divertir.

Os anos se passaram e eu reencontrei minha Outra Parte, justamente um cantor, um músico, uma pessoa que tem uma voz potente e que desde que o conheci evolui a cada dia como cantor, é como o vinho e como o falecido Dio, grande vocalista do metal: quanto mais velho, melhor fica! E acompanhando ele todos esses anos na estrada, nos palcos da vida, como produtora, sempre no backstage, acabei aprendendo muitas coisas sobre música, coisas que naquela época dos videokês eu nem sonhava em saber... Meu ouvido ficou um pouquinho mais apurado e comecei a perceber mais detalhadamente o ato de cantar. Na nossa viagem com a Família a Bordo, cheguei a fazer backing vocals com o Neo na música Light My Fire, uma versão que ele fez para o clássico do The Doors, que ficou muito legal. Na estrada então, às vezes eu saía do papel de produtora e subia no palco e tentava vencer a timidez. É sempre complicado estar no alvo das atenções, nunca sei onde colocar as mãos, pra onde olhar, estas coisas...

Aqui em Sobradinho, o Neo começou a fazer vários shows acústicos em lugares menores e acabei participando em alguns deles, desta vez não só na Light My Fire, mas também em outras canções que eu gosto muito, como Sozinho, do Borro e Hoje teu coração vai depor contra mim, do Habitantes, dentre outras. Ele está pensando em dar aulas de canto e eu acabei sendo sua primeira aluna, ele me ensinou a trabalhar a respiração enquanto cantamos e me deu outras dicas. Resolvi então fazer minha primeira prova: cantar com ele um repertório inteiro, pra comemorar meu aniversário, no dia 10 de setembro. Ele me deixou bem à vontade pra escolher as músicas, ensaiamos várias, umas que eu gostava muito, mas que não conseguia cantar, afinal ainda sou só uma amadora tentando não desafinar rsrs...

Acabou que o repertório ficou bem legal e foi uma das experiências mais gostosas que já tive, acompanhar meu amor no palco, fazer o dueto com ele, tê-lo como meu mentor... Meu primeiro repertório foi o seguinte:

- Layla, Eric Clapton: já tinhamos feito antes, ele me ensinou a fazer os backings no refrão, e acho que ficou legal.

- Back to Black, Amy Winehouse: também fiz só os backings no refrão, ensaiamos bastante esta, pois não é muito facil não, mas até que ficou boa também.

- Medo da Chuva, Raul Seixas: esta música é uma das minhas preferidas do Raulzito e acompanhei o Neo no refrão, muito gostosa de cantar, de lavar a alma.

- Hoje teu coração vai depor contra mim, Habitantes: música de uma banda de amigos nossos do Rio de Janeiro, que eu sempre adorei cantar, desde que iamos nos shows deles por lá. Cheguei até a sonhar em ser vocalista da banda numa época rsrs, a letra dela está na alma, cantei ela toda acompanhando o Neo, pois meu problema maior é saber o tempo certo de entrar.

- Astronauta de Mármore, Nenhum de Nós: outra música que está na minha alma, ouço desde criança. O Neo me encorajou a cantá-la sozinha e ele fez só os backings, e apesar de eu não gostar da minha voz sozinha, ele disse que eu cantei direitinho.

- Amor I Love You, Marisa Monte: esta, apesar de eu adorar também e de saber há muito tempo, eu acho que poderia ter ficado de fora. O Neo me falou que cantar Marisa Monte não é nada fácil, mas eu gosto tanto de cantá-la que insisti em deixá-la no repertório, mas acho que dei uma detonada na música. Ainda mais porque aqui a gente inverteu os papéis, eu cantei ela toda e o Neo fazia só os backings, daí me perdi e achei minha voz meio fraca. Eu não curto muito a minha voz nesta canção, então aprendi que ela não rola...

- Grey Room, Damien Rice: esta música é daquelas que toca lá no fundo da alma e o nosso dueto ficou bem legal. Tivemos que colar a letra, pois decorá-la pra mim é bem difícil, mas ficou muito legal, quando terminamos o pessoal até perguntou de quem era a música, é linda linda!

- Creep, Radiohead: essa cantei também com o coração, simplesmente perfeita!

- Sozinho, Borro: uma das letras do cenário independente mais bonitas que já vi! Sou completamente apaixonada por esta letra, e na versão mais blues que o Neo faz dela, fica maravilhosa. Já tinha acompanhado ele antes nesta música e recebi alguns elogios pela execução dela, então nem penso duas vezes na hora de cantá-la. Só falta eu decorar o refrão, onde sempre me confundo, mas nada que uma colinha não resolva rsrs

- Wish you were here, Pink Floyd: também vem inspiração da alma pra cantar esta música, aprendi a letra dela quando ganhei meu primeiro computador (ixe, faz é tempo rsrs) e ficava ouvindo no repeat e lendo a letra.

- Velha História, AuditivA: essa música não estava no repertório, apesar de eu adorá-la, na verdade tocamos em homenagem ao amigo Eloi, que compareceu e pediu logo a música, pois ele é fã dela. Sem ensaio nenhum, só acompanhei o Neo em algumas partes onde me sentia mais segura. A música tá na alma, todas as letras dele eu sei de cor e salteado, mas acompanhar o rapaz não é nada fácil, ele compõe arranjos um tanto complexos para minha simples mortalidade rsrs

- Susie Q, Creedence: eu descobri esta música recentemente, mesmo ela sendo tão antiga. O Neo a colocou numa das seleções de DJ que ele faz por aí e fiquei viciada no embalo dela. Acabei curtindo também cantá-la, por ser bem simples.

- Light My Fire, The Doors: a responsável por eu ter inventado este negócio de cantar, já tava no sangue!

- Sonífera Ilha, Titãs: uma música meio boba talvez, mas que eu adoro, e o Neo fez uma versão milonga dela que eu gosto muito de acompanhar. Ele diz que minha voz fica bonita nessa música, talvez porque ele toque em Lá Menor e o meu timbre (ou sei lá o nome) encaixe legal.

- Amigo Punk, Graforréia Xilarmônica: o Neo emenda esta na Sonífera Ilha e minha voz encaixa igual, por serem as mesmas notas. Nosso desafio é cantar o gauchês, mas é muito legal a música!

- Vida de lobo, AuditivA: pedi pra ele tocar pra nossa filha Layla cantar com ele, pois ela adora a música. Foi legal que acabou que a família toda ficou no 'palco', pois o Dimi quis pegar o microfone também e fez a maior bagunça!

- Buuu, AuditivA:  música nova do Neo, que já tá gravada para o próximo cd e ficou excelente, ela é mais fácil pra eu acompanhar e adoro a letra criativa e inteligente, pra fechar a noite com chave de ouro!

Então foi assim que comemorei meu aniversário, com a presença de amigos muito, muito queridos, e fazendo eles me aturarem ao microfone, assim não tinha chance de ser vaiada, afinal eu era a aniversariante!

E realmente cantar faz bem pro corpo e pra alma!




sábado, 19 de maio de 2012

O momento ideal

Costumamos estar sempre em busca do momento ideal para realizarmos alguma coisa. Seja uma viagem, uma decisão mais importante, até mesmo um filho, aguardamos sempre o momento ideal. Mas o que seria o momento ideal? Maior estabilidade financeira, melhor amadurecimento da ideia, mais pessoas a favor? Na verdade o momento ideal somos nós que fazemos. Porque enquanto esperamos este momento chegar, a nossa vida está passando e as oportunidades passam junto.

Quando estava grávida da Layla, com 22 anos de idade, muitas pessoas me diziam que não era o momento ideal para eu ser mãe. Era nova ainda, não tinha uma carreira consolidada, nem estabilidade financeira. Mas dar à luz aos 23 anos de idade e cuidar daquele bebê tão querido, acompanhar o milagre da vida, fez daquela época o meu momento ideal de ser mãe. 

Alguns anos depois, em 2009, quando resolvemos nos mudar do Rio de Janeiro para o Rio Grande do Sul, deixando tudo para trás e arriscando uma tentativa de mudar de vida, novamente ouvimos várias pessoas dizendo que não era o momento ideal para realizarmos uma mudança deste porte. Trocar a estabilidade da família pelo desconhecido, deixar para trás todo nosso esforço na construção de uma vida naquela cidade, isso deveria ser em outro momento, talvez quando tivéssemos certeza de que valeria a pena. Mas ouvimos nosso coração e partimos mesmo não sabendo se era o momento ou não, apenas tentando evoluir. E a prova de que era mesmo o momento ideal veio logo nos meses seguintes, com as conquistas sucessivas.

Nosso segundo filho foi planejado, bolamos o "nosso" momento ideal para receber o Dimitri e tudo fluiu para que tivéssemos mais esta graça. E veio um bebê lindo, amado, que nos enche de alegria todos os dias. Mesmo ainda não estando com a carreira ideal, o salário ideal, a casa ideal, sua chegada foi maravilhosa!

Ele tinha apenas 7 meses quando resolvemos cair na estrada, largar mais uma vez "tudo para trás" - na verdade o tudo aqui é material, pois o que vale nessa vida, não seriam as amizades e a família? - e enfrentar o desconhecido, viajando de cidade em cidade com duas crianças e pouquíssimo dinheiro no bolso. Novamente o que mais ouvimos foi de que não era o momento ideal para fazermos aquela viagem. Poderíamos esperar ter mais estabilidade, conseguir mais dinheiro, ter mais estrutura, seja lá o que for. Mais uma vez, fizemos o nosso momento, encaramos a estrada e ganhamos com isso momentos inesquecíveis, amizades eternas, carinho, solidariedade e realização. E estamos colhendo frutos desta decisão e ainda colheremos muitos mais, com certeza.

Nos últimos dias, tenho participado de um assunto polêmico, da separação das regiões Centro Serra e Vale do Rio Pardo, para fortalecer não só o turismo, mas todos os setores econômicos no Centro Serra. E apesar de a maioria das pessoas com quem conversei a respeito concordarem com a proposta, algumas ainda insistem em dizer que não é o momento ideal para isso, que a região deveria amadurecer a ideia e tudo o mais, mas o que vejo mais uma vez é que o momento ideal somos nós que fazemos. E por isso sempre vou acreditar que o momento ideal é o agora.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Quem cria raiz é árvore!

Nada contra as árvores, pelo contrário, adoro a natureza e toda a beleza dos mais variados tipos de árvores que existem no planeta. Mas acho curioso que muitas pessoas me questionam sobre minhas raízes, se eu e minha família não deveríamos ter mantido nosssas raízes na cidade onde fomos criados, no caso o Rio de Janeiro. Talvez seja a minha descendência espanhola-cigana que sempre me fez ter uma queda pelo nomadismo, fora a minha infância de eternas mudanças - nasci em Brasília e fui pro Rio com 2 anos de idade, e dos 2 aos 12 anos minha família se mudou 4 vezes, ou seja, quase a cada dois anos. Depois dos 18 até hoje já foram mais 7 mudanças! Sendo que duas delas não foram simplesmente mudanças de bairro ou rua, mas sim de cidades.

Em 2008 a nossa qualidade de vida no Rio de Janeiro estava insuportável. Muita violência (quase todos os dias víamos tiroteio no nosso bairro, a Tijuca), muito calor (no Rio é verão o ano inteiro, tanto que cansei de ir a praia nas férias de julho), muito caos urbano (eu levava duas horas no trânsito pra chegar no centro da cidade, e cada vez que tinha que sair de casa era um transtorno, sem contar a falta de educação dos motoristas de ônibus e das pessoas de uma forma geral - jogar lixo na rua por exemplo, é um hábito comum do carioca) e definitivamente viver de cultura por lá era impossível, mesmo com todos nossos esforços nos quatro anos anteriores, enfim, muito estresse e pouco retorno. Foi neste cenário que decidimos então doar quase todas nossas coisas, encaixotarmos o menos possível (apenas algumas roupas, cds, dvds e livros, além de uma máquina de lavar roupa), e enfiar tudo isso no bagageiro de um ônibus, pra percorremos 25 horas (na verdade levou quase 29) no trajeto Rio de Janeiro x Porto Alegre no dia 17 de janeiro de 2009. 

Essa nossa atitude até hoje é encarada como corajosa ou louca, mas na verdade, foi uma opção pela melhoria da nossa qualidade de vida e tem dado muito certo. Somente por causa dela, tivemos a oportunidade de fazer uma viagem fantástica, a nossa turnê cultural que chamamos de Família a Bordo, que percorreu 50 cidades em 100 dias, onde conhecemos tantos lugares que jamais teríamos ido se ainda estivéssemos imersos no caos urbano do Rio de Janeiro. Ao término da viagem, encaramos mais uma "pequena mudança", quase 300 Km de Porto Alegre a Sobradinho, no dia 6 de janeiro de 2012. E mais uma vez tem valido muito a pena, a cidade é uma gracinha, o povo é acolhedor, a natureza da região Centro Serra é deslumbrante, as oportunidades se ampliam a cada dia. 

Daí acho muito curioso quando ouço certas indagações do que uma carioca está fazendo em Sobradinho. E olha que não sou a única, esses dias foi me visitar no trabalho uma outra carioca, a Chris Branco, do bairro Campo Grande, que veio há dezessete anos pra acompanhar o amor de sua vida, um gaúcho que se formou em medicina na Ilha do Fundão e voltou para o Rio Grande do Sul casado com ela. 

Estranho como o ser humano às vezes tem este pensamento territorialista, encarando as pessoas de fora como forasteiros, que não deveriam ocupar cargos ou lugares importantes na cidade já que não são dali. Um pensamento até um pouco nazista, não é mesmo? Ainda bem que não são todos que pensam assim, imagina se nas épocas das descobertas os desbravadores e navegadores pensassem assim, teriam criado as raízes em seus países e jamais teriam descoberto novos mundos. Mas não me preocupo muito com isso, sei da minha vontade de contribuir para a cidade e estou trabalhando por ela como se fosse a minha cidade natal.

E minhas raízes? Como não sou árvore, não preciso delas para me nutrir...

quinta-feira, 8 de março de 2012

quinta-feira, 1 de março de 2012