quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O show mais poderoso que já assisti

Foto: Bruno Alencastro / Agencia RBS

A exatos três dias de se completar mais um ano daquele nosso reencontro num festival de rock em São Paulo, eis que compartilhamos novamente um momento mágico em nossas vidas de rockeiros. Sim, é verdade que eu não conhecia muito a fundo a carreira do Black Sabbath, até minha Outra Parte, o Neo One Eon, me apresentar os 4 primeiros álbuns, pelos quais fiquei simplesmente fascinada. Mas como assim eu não conhecia os pais do heavy metal?!

Pois é, a primeira música que eu ouvi deles foi Iron Man, que tinha numa coletânea de rock, um dos primeiros cds que tive na vida... E Paranoid eu conheci logo depois vendo o clipe na MTV da década de noventa, quando eu conseguia sintonizá-la no UHF... Eu gostava muito destas duas músicas e quando fui procurar algo a mais do Sabbath, por acaso eu fui ouvir a pior fase deles, não lembro se o Seventh Star ou o Eternal Idol. Depois conheci o Dio, na sua carreira solo e descobri que ele tinha sido vocal do Sabbath também e fui atrás, quando descobri o Heaven and Hell, álbum que virou um dos meus favoritos de todos meus discos de metal. Também conhecia a carreira solo do Ozzy e adorava, tive duas camisetas dele (uma tenho até hoje e inclusive fui com ela no show de ontem), também tinha o álbum ao vivo com o Randy Rhoads, mas não sei por que cargas d'água eu não conhecia as obras primas do Black Sabbath. Pra minha sorte, o Neo sempre foi muito fã dos caras e me apresentou toda a sua carreira, além de termos lido o livro do Ozzy, que me impressionou sobre a história da banda.

Quando descobrimos a turnê no Brasil e as datas, começamos imediatamente a planejar nossa ida. Vamos ao Rio? Vamos ver em Porto Alegre? O que sai mais barato? Os ingressos estavam meio salgados, nossa situação financeira na época estava meio ruim e ficamos na pendência de achar uma solução. Em São Paulo esgotaram-se, ai céus e se em Porto esgotasse também? Podíamos ir ao Rio pra levar o Luan também, filho mais velho do Neo, que curte muito o Ozzy. Seria uma experiência incrível, mas não estávamos mesmo em condições de comprar passagens e tantos ingressos... Até que o Neo chegou um dia pra mim com a notícia de que os ingressos de Porto Alegre também tinham esgotado... Bateu uma sensação em nós dois de "putz, não era pra ser" porque a dificuldade estava grande... Mas alguns dias depois eu não me conformava, quando lemos sobre o repertório sinistro que o Iron Maiden faria no Rock in Rio e ficamos meio deprê de perder aquele show, eu pensei: "não é possível, não podemos perder este momento histórico do Sabbath aqui do nosso lado" e fui no site dos ingressos novamente e vi que pela internet ainda haviam ingressos a venda. Não pensei duas vezes, comprei nossos dois ingressos no cartão de crédito (dane-se a conta! rsrs) sem nem consultar o Neo, fiz uma surpresa pra ele... Que alívio!

E eis que o dia tão aguardado chegou! 9 de outubro, quarta, o universo conspirando a nosso favor: o dia lindo, ônibus num bom horário pra descermos a Porto Alegre e uma van de São Chico com vaga pra gente voltar nela! Nem precisaríamos passar perrengue na madruga em Poa depois do show, voltaríamos confortáveis pra casa! Saltamos do bus no meio do caminho, ainda em Cachoeirinha, porque o trânsito estava infernal, resolvemos ir andando mesmo, depois de forrarmos o estômago com um xis. Meia-hora caminhando e estávamos na entrada da FIERGS, a ficha ainda não caindo, pegamos os ingressos, fotografamos e entramos! O lugar já estava absolutamente tomado, mas pela nossa experiência lá no show do The Cure em SP, num lugar assim também grande e aberto, eu resolvi que deveríamos ficar bem perto das caixas de som que tem no meio da pista, custasse o que custasse. Digo isso porque eu tenho problemas sérios com multidões, tenho um certo pânico de ficar espremida no meio da galera, minha pressão logo cai, começo a passar mal. Mas eu criei um tipo de abstração em mim pra conseguirmos ficar em um ponto onde pelo menos o som fosse perfeito, porque a visão eu quase sempre não consigo ver muita coisa além do telão, de cima dos meus 1,62m, ao contrário do Neo de cima de seus 1,87m rsrs

Logo no começo do show de abertura do Megadeth (um brinde, pois adoro a banda!) já nos posicionamos ali no meio da galera e me entreguei ao som que ainda não estava tão potente. Mas curti a hora inteira de show, a vontade de ir ao banheiro já surgindo, mas não arredei o pé, daqui eu não saio, eu vou aguentar! Pra minha sorte o intervalo entre Megadeth e a grande espera da noite, foi de menos de meia hora, o Black Sabbath surpreendeu a todos entrando 15 minutos antes do previsto, às 21h45! Uau!!! O Neo ainda me presenteou me levantando na corcunda na hora da sirene de War Pigs e eu fiquei ali por uns 60 segundos, tendo a visão perfeita do palco e da multidão a minha frente cantando e vibrando com aquele momento histórico. Foram os segundos mais emocionantes de toda a minha vida de rockeira! Porém, eu tinha consciência da dificuldade dele me manter ali, afinal não sou mais nenhuma guira levinha e agradeci muito a ele por aquele momento. Do chão no meio da multidão eu pulei mais do que em qualquer outro show que eu me lembre (e não fui a poucos shows na vida), vibrei, senti a potência da guitarra de Tony Iommi e do baixo de Geezer Butler, o animal Tommy Clufetos destruindo a bateria e me fazendo pensar no Dimi, nosso baterista mirim, enquanto ouvia seu solo monstruoso! A vontade de ir ao banheiro, a fobia da multidão, as dores pelo corpo, o calor, tudo virou pó diante daquela energia e daqueles momentos mágicos e inesquecíveis. Fiquei totalmente surpresa comigo mesma de aguentar aquela maratona e de vibrar tanto a cada música, conhecer cada uma delas, em especial na N.I.B. onde eu pirei muito, sem nem saber exatamente como ou porque, mas os riffs do Sr. Iommi são mesmo algo de outro mundo... As músicas novas, maravilhosas, que já conhecíamos, pois o 13 foi o primeiro cd que compramos em anos, e na Children of The Grave, uma música que não me recordo muito em que época eu conheci, mas que é uma das minhas favoritas de todas as músicas de metal do mundo, meu coração literalmente disparou e o Neo novamente me deu o presente de me levantar e me permitir sentir ainda mais aquele momento, onde de mim pra frente, dessa vez eu era uma das únicas na corcunda, o que me permitiu ver os caras perfeitamente. Cheguei a bater cabeça e a pular em cima dos pobres ombros dele, coitado! E por fim veio a Paranoid, claro, fazendo o lugar parecer vir abaixo com as 30 mil pessoas pulando em sintonia perfeita...

Eu não me lembrava de ter curtido um show tanto assim desde o Scorpions, naquele nosso reencontro em São Paulo e o AC/DC, também em São Paulo e também em uma excursão, e o Black Sabbath foi com certeza o show mais poderoso que já vi na vida! Os pais do heavy metal estão colocando muita banda por aí no chinelo e como li no release do jornalista Gustavo Brigatti, as músicas são "todas atuais e vibrantes, como se tivessem sido gravadas ontem." Eu realmente agora acho que sou quase tão fã do Black Sabbath quanto o Neo, simplesmente sensacional!

Nesta semana tão especial, mais um momento único em nossa caminhada nesta vida. Meu muito obrigada pela companhia, pela força, pelo cuidado, pelo carinho, por tudo que passamos juntos, ao meu querido Neo One Eon.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

A emoção de ver a neve pela primeira vez

Um dos motivos que nos fez escolher o Rio Grande do Sul para vivermos, há quatro anos e meio atrás, foi o clima. Pra nós que vivemos a vida toda no Rio de Janeiro (onde lá sim só tem duas estações: a rodoviária e o verão), encarar o frio com temperaturas beirando o zero grau e até mesmo negativas, era uma espécie de sonho nosso. A gente adora o frio! Nunca me adaptei ao calor insuportável do verão no Rio, e do calor durante o inverno, quando eu ia a praia com minhas amigas de colégio em plenas férias de julho.

Então, depois de 26 anos de Rio de Janeiro, vim de mala e cuia com minha família pro sul em 2009. Moramos quase três anos em Porto Alegre e já pudemos curtir o inverno rigoroso, só que o verão de lá era igualzinho ao do Rio, termômetros acima de 40 graus. Aí ano passado moramos em Sobradinho, lá no Centro Serra, com clima muito parecido ao de Porto Alegre: verão insuportável (principalmente em fevereiro), inverno frio, porém sem muita chance de neve. Mas o que a gente sempre quis mesmo era morar na Serra Gaúcha. Quando visitamos Gramado e Canela pela primeira vez, nos encantamos com Canela, que é mais o nosso estilo, sem os holofotes todos de Gramado, e ficamos com isso na cabeça: um dia a gente vai morar por aqui...  Este é o segredo: mentalizar o que se quer! 

De tanto mentalizarmos, de tanto querermos um clima mais ameno no verão e com neve no inverno, no final do ano passado pintou a oportunidade de virmos morar em São Francisco de Paula. Não conhecíamos a cidade, mas no google maps vimos que era vizinha da nossa sonhada Canela e quando viemos a primeira vez nos encantamos e falamos: é aqui! Tanto que em menos de 15 dias a gente já estava vindo de mudança pra cá... E finalmente passei o primeiro verão da minha vida sem passar mal, sem ter tonturas e quedas de pressão, sem ligar um ventilador sequer, nem mesmo no tenebroso mês de fevereiro, inclusive dormindo de edredom em algumas noites! Era o paraíso! Aí veio chegando o inverno e a ansiedade por ver neve... Mês passado chegou a ter a previsão de que pudesse nevar em São Chico, mas ficou na promessa e em várias outras cidades nevou, menos aqui...

Eis que então, numa noite chuvosa de segunda-feira, estou eu no meu recente-novo-temporário emprego e um colega comenta: "tá começando a neve"... Achei que era brincadeira dele e falei pelo gtalk ao meu querido amor pra ele olhar pela janela e não é que ele me confirma a informação?! Neve, neve em São Chico! Corri em casa, peguei a câmera e fiquei tirando fotos no pátio... Depois o Neo veio com a Layla - o Dimi já estava dormindo - e ficamos brincando embaixo dos pequenos floquinhos que caíam misturados com a chuva. Hora de ir pra casa, voltamos felizes de estar vendo o fenômeno pela primeira vez...

Mas ainda tinha mais! Por volta de meia-noite, o Dimi tava meio que acordando e fomos olhar na janela: a calçada estava começando a ficar branquinha! A chuva tinha parado e a neve vinha agora com força total! Ele ficou encantado, pedindo pra descer pra brincar com a neve! Prometi a ele que no dia seguinte desceríamos, pois estava muito tarde. A Layla a esta altura já estava dormindo, até tentei chamá-la pra ver, mas ela não acordou. Depois de meia hora na janela com o Dimi, ele foi ver desenho e dormiu de novo, o Neo também já tinha dormido e eu não resisti, desci com a câmera a uma da manhã e fui registrar as imagens. Fiquei emocionada, ia deixando pegadas na neve e um grupo de cachorros de rua me acompanhava brincando entre eles. E eu brincando comigo mesma, olhando pra cima e sentindo a neve caindo no meu rosto... Foi um momento muito emocionante, pode parecer uma besteira pra quem está acostumado a ver neve, mas pra mim foi um momento mágico... Voltei pra casa e ainda custei a conseguir dormir, fiquei deitada olhando através do vidro da janela a incessante queda dos flocos brancos, como uma dança silenciosa e esplêndida.

Às cinco da manhã acordamos com o Dimi vindo pra nossa cama, como ele faz quase toda noite, e a neve ainda caía! As camadas nos telhados já eram mais espessas. Adormeci novamente e quando acordei o Neo já tinha saído com a câmera pra ir ao Lago São Bernardo registrar a paisagem.. Preparei as crianças e descemos pra brincar na calçada. Layla e Dimi ficaram doidos, fizemos bonequinhos e guerra de neve.. Foi mais um momento emocionante! Passeamos pela avenida no centro tirando mais fotos e eu me senti na idade deles, curtindo aquele momento tão especial. 

Daí fico me perguntando: se eu morasse em algum lugar onde neva o inverno inteiro, será que eu conseguiria fazer alguma coisa, ou ficaria apenas contemplando este espetáculo da natureza? É algo tão simples, mas tão lindo, apenas um fenômeno natural, mas que me transmite tanta paz, tanta beleza, a brancura com que a cidade amanhece, um branco profundo, de iluminar qualquer um! Realmente muito lindo e fiquei muito grata por poder morar numa cidade contemplada por esta beleza! 
 

Obrigada ao meu amado amigo e companheiro Neo One Eon por ter encarado comigo a "loucura" de deixar o Rio de Janeiro para viver na "Europa Brasileira".  Sim, baby, achamos o nosso lugar no Brasil....

















sábado, 9 de março de 2013

sexta-feira, 8 de março de 2013

Festivais da Gastronomia de Sobradinho

Como Diretora de Turismo do município de Sobradinho em 2012, colaborei na produção dos Festivais da Gastronomia do Município e contribuí para a divulgação dos roteiros turísticos Caminhos da Serra Geral e Rota dos Casarões.




domingo, 10 de fevereiro de 2013

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

29 de janeiro de 2011

Um sábado quente em Porto Alegre. Eu, seu pai e sua irmã estávamos muito ansiosos pela sua chegada. Também sua bisavó e seu irmão mais velho, que passavam uma temporada conosco no sul e queriam ver o seu nascimento antes de voltarem para o Rio de Janeiro.

O médico tinha dado como data provável do parto, o dia 28 de janeiro, mas nós pensávamos que você viria antes. Minha barriga estava gigante já nas primeiras semanas do ano e acreditávamos que talvez você pudesse vir até o aniversário de seu pai, no dia 21. Mas já estava com 40 semanas completas e você não dava sinais de que queria queria sair de meu ventre. O médico pediu que do dia 28 em diante eu mantivesse contato e que qualquer sintoma eu fosse ao hospital.

Torcia muito para conseguir tê-lo em parto normal, sua irmã nascera de cesárea contra a minha vontade e sonhava com o momento de entrar em trabalho de parto.

Os sintomas naquele sábado de verão não eram diferentes dos de sempre: muito peso, dores nas costas e nas pernas, cólicas intensas. Fomos ao cinema, eu, seu pai, sua irmã e seu irmão e a bisa muito cansada ficou em nossa casa vendo televisão. Ao sairmos do cinema, seu pai pediu para irmos ao hospital vermos como você estava, já que era bem pertinho do cinema. Caminhamos todos até lá, eram apenas três quadras, eu me sentia bem, apenas cansada com o peso e o calor. O excelente atendimento no hospital, depois de alguns momentos de espera, a enfermeira me chamou para a sala ginecológica.  Ela me examinou, aparentemente tudo bem, era só aguardar o médico do plantão para me examinar e liberar. Foi a meia hora mais longa da minha vida. O médico teve que atender um parto de emergência e fiquei ali sozinha naquela sala sentindo-o em meu ventre. Você já e mexia bem pouco por falta de espaço, mas eu adorava sentir a pele esticada da barriga e suas pequenas curvas. Ficava te acariciando e me perguntando como seria seu lindo rostinho. 

Enfim o médico chegou e depois de me encaminhar para alguns exames, me acomodou em uma sala onde monitoravam seus batimntos cardiácos e onde seu pai e seus irmãos puderam ficar junto conosco. Ali ele deu a mágica notícia: você teria que nascer até a manhã seguinte, pois minha bolsa estava perdendo o líquido aminiótico e era perigoso para você continuar em meu ventre. Minha bolsa na verdade não tina estourado e eu não tinha os sintomas do trabalho de parto, mas de alguma forma eu estava perdendo líquido, provavelmente há dias, pelo baixo nível constatado no exame.

A notícia nos pegou de surpresa e senti um misto de alegria e apreensão. Eu ficaria em observação toda a madrugada e caso não entrasse em trabalho de parto, a cesarea seria feita às nove da manhã. Foi uma longa noite ao lado de seu pai, que levou seus irmãos para casa e retornou rapidamente com as bolsas para a maternidade. Eu cochilava e acordava torcendo para ter algum sinal, mas você, meu querido bebê, não queria sair daquele lugar quentinho e protegido. Então, às nove e cinco da manhã do dia 30 de janeiro de 2011, o médico lhe retirou de meu ventre e pudemos ouvir seu choro pela primeira vez, aquele momento milagroso da vida. Seu pai ao meu lado todo o tempo e quando vi seu rostinho pela primeira vez me coração transborou de luz e alegria, um anjinho em nossas vidas, cheio de saúde, uma dádiva divina, um presente, o maior e melhor presente que pode existir na face da terra.

Hoje, meu pequeno príncipe, você está completando dois aninhos e corre pela casa enquanto escrevo estas linhas. Cada dia mais lindo, toda a preguiça de sair da barriga da mamãe você deixou para trás e esbanja saúde e sapequice. Obrigada por você existir e parabéns! Estarei sempre ao seu lado, até o dia em que, ao invés de perder noites de sono para te alimentar, você perderá algum do seu tempo para cuidar de sua velha mãezinha.

Te amo!