Entro na grande sala da fazenda e escuto alguém ao piano. Uma bela melodia, que me remete a profundos sentimentos. Quem está sentado ao piano é um jovem estrangeiro, assim como nós. Comento com meu companheiro: "Ele toca bem!". Alguns momentos mais tarde, quando vamos todos para a casa ao lado da fazenda, para uma confraternização de despedida, passo por esse jovem e ele faz um comentário sobre a minha blusa: "Hum, Pink Floyd, really nice!".
Fazemos, eu e meu companheiro, a apresentação, enquanto o jovem nos filma e fotografa. Antes, durante o churrasco preparado em conjunto, cheguei a trocar algumas palavras com ele, arranhando o meu péssimo inglês e ele me ajudando a formar as frases: "I go in the past?" "It's I went". Era a primeira lição de inglês que ele me daria. Ao fim da apresentação, mais algumas conversas, mas o cansaço e o dever de fazer as malas para a partida no dia seguinte me obrigam a me recolher, acreditando que nunca mais veria aquelas pessoas novamente.
Mas o mundo dá voltas. E muitas voltas. E aquela noite de 23 de julho daria sentido a todo o ano que a sucederia. Porque às vezes basta uma noite para dar sentido a uma vida inteira...
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